Entrevista: psicólogas falam sobre a rotina de estudos Skip to content

Entrevista: psicólogas, Jaqueline Sousa e Marianne Martins Lima falam sobre a rotina de estudos

Entrevista: psicólogas, Jaqueline Sousa e Marianne Martins Lima falam sobre a rotina de estudos

As psicólogas Jaqueline da Silva Sousa e Marianne Aparecida Martins Lima de São Paulo/SP se conheceram pela Internet há dois anos e criaram o projeto Terapia da Infância. Ele tem por objetivo a partir da prática clínica aproximar pais, figuras de cuidado, profissionais da saúde e da educação do universo infantojuvenil. “Buscamos compartilhar informações e oferecer serviços para a promoção de saúde psíquica da família, como por exemplo, psicoterapia, psicodiagnóstico, orientação vocacional e profissional e orientação aos pais”, conta Jaqueline.
Além dos atendimentos presenciais e online, elas promovem também oficinas temáticas, palestras, elaboração e venda de recursos terapêuticos visando o desenvolvimento infantil. E ainda escreveram um livro em formato e-book (Caderno de Atividades para Crianças e Adolescentes). Nós conversamos com elas sobre a rotina de estudos e administração pelos pais, vem ler esse bate-papo super bacana.

GB – Como os pais podem contribuir para que os filhos se deem bem nos estudos?

Jaqueline e Marianne – Esta é sem dúvida uma pergunta muito importante para o desenvolvimento saudável da criança. Cada criança está inserida em uma rotina e um grupo cultural totalmente diferente uns dos outros, sendo assim, cada uma reagirá a um estímulo diferente às orientações dos pais. De forma geral há três orientações que consideramos indispensáveis para que as crianças possam ir bem na escola. A criança necessita sentir-se vista pelos cuidadores e cuidadas. Quando os adultos oferecem esta segurança aos filhos, eles tendem a poder compartilhar seus medos, suas dúvidas e sabem que no final da aula encontrarão seus responsáveis. A depender da idade em que a criança se encontra, o medo do abandono não permite que a criança se concentre. Um segundo ponto é adotar uma rotina. Muitas pessoas acreditam que rotina está relacionada a fazer sempre a mesma coisa e que bom que temos a oportunidade de desmistificar isto. Segundo Madalena Freire, a rotina constitui em disciplina, compromisso, organização quanto a tempo e espaço de forma particular e possibilidade de desenvolvimento e aprendizagem. Nesta rotina pode-se incluir uma leitura adequada para faixa etária da criança e atividades que promovam a autonomia que é a criança ter condição de cuidar de si. Terceiro ponto que consideramos importante é a presença.  Evidentemente outras questões virão, no entanto quando estas três dicas estiverem alinhadas, pais e filhos irão encontrar uma forma de sanar qualquer problema.

GB – É possível manter uma rotina de estudo mais divertida, além do tradicional?

J e M – Sem dúvida alguma. Nós sempre pensamos na individualidade. Costumamos dizer: “cada caso é um caso”, ou seja, cada pessoa é única. E é a partir da conexão dos pais com os filhos que eles descobrirão qual que é o perfil dos seus filhos e então ficará mais fácil definir uma rotina de estudo (seja ela mais tradicional ou não). Exemplo: Imaginamos que os pais nos digam que o filho adora futebol, mas na hora que tem de estudar matemática não tem interesse. Sendo assim, nós sugerimos: 

– Vocês já pensaram na ideia de aproximar a matemática por meio do futebol? 

Então, eles questionam: Como assim?!  E nós trazemos algumas reflexões sobre, como: – Já pensaram – por exemplo – que cada jogador tem um número na camiseta e se – de repente – vocês fizerem uma brincadeira de futebol de botão e na medida em que os jogadores forem passando a bola de um para o outro, vocês forem realizando a adição dos números das camisetas. O número 12 passou para o 10, então agora já temos 22 (risos).  Vejam, aqui cabe o que falamos lá em cima, cada caso é um caso, dessa forma é preciso conexão para reconhecer qual é o perfil de cada criança ou adolescente.

GB – Estudar em grupo é bom ou ruim?

J e M – Depende. E o porquê depende? Depende por inúmeras variáveis. De repente, a criança até gosta de estudar em grupo e se for pensar no grupo é bacana pela questão do desenvolvimento em conjunto, interação, vínculos sociais, entre outras questões. Entretanto, as vezes pode ser que essa mesma criança em um determinado dia não queira realizar um estudo em grupo, mas prefira pelo estudo individual. Sendo assim, deixa de ser positivo a ideia do grupo e passa a ser negativo. Tudo depende de situação por situação. Na escola – por exemplo – às vezes os professores necessitam colocar os alunos em grupo para realizar uma determinada avaliação dentro desse formato, então às vezes não é possível naquele momento o aluno realizar individualmente.

GB – O que vocês acham das recompensas para estudar? Os pais devem fazer isso?

GB – Qual é o checklist perfeito para que elas arrasem nos estudos? Quais suas dicas para os pais?

J e M – Quando pensamos nas relações pais e filhos pensamos em singularidade. Cada família estabelece uma relação que é só dela e o que dá certo para uma família não necessariamente dá certo para outra. Neste sentido não há um jeito único que seja perfeito, há uma relação que pode dar certo.

Para um melhor desempenho, se faz necessário avaliar o local do estudo desse modo, opte por um local iluminado, agradável — mas silencioso — para que o filho possa fazer os exercícios sem distrações. Aqui também entra a importância da organização de um horário para o estudo, dessa forma, os pais que são os adultos estabelecem, entretanto, é fundamental conversar com as crianças. E, veja bem, estamos falando de um horário para o estudo, o que é diferente de um excesso de cobrança, por esse motivo inclua também na agenda hora para realizar atividades esportivas e descanso ou lazer.

 “Mas se eu já organizei um horário e estou junto com ele, como posso ajudá-lo?” Demonstre interesse! Como por exemplo, faça perguntas sobre como foi o dia dele, o que de novo ele aprendeu e o que mais gostou. Esse movimento é motivador para as crianças, além disso, você pode apoiar nas lições de casa que são excelentes para fixar os conteúdos aprendidos, desse modo, não é para fazer a lição para ele e sim, estar atento a como ele está executando a tarefa, pois, você poderá perceber o que o seu filho está tendo mais facilidade ou não.

Se a criança vem apresentando dificuldade, a parceria com a escola é fundamental, vale investigar o que possivelmente possa estar acontecendo.

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