Entrevista: Psicóloga, Ivina Farias fala sobre o uso dos eletrônicos Skip to content

Entrevista: Psicóloga, Ivina Farias fala sobre o uso dos eletrônicos

Entrevista: Psicóloga, Ivina Farias fala sobre o uso dos eletrônicos

A psicóloga Ivina Farias atua em Fortaleza-CE e atende o público infantil, adolescente e adulto. Ela tem formação em atendimento a crianças com Autismo e está concluindo uma Pós-graduação em Psicopedagogia. Encantou-se pela Psicologia nos primeiros semestres do curso e logo se sentiu atraída ao atendimento infantil. “As crianças despertam o melhor que existe em nós, nos ajudando assim a relembrar que as coisas mais simples são as mais satisfatórias”, conta. Ela ainda tem um perfil no Instagram, o @transformandoinfancia, em que compartilha dicas e cases para os seguidores. “Uma geração cheia de pais completamente amorosos mudaria o cérebro da próxima geração e, com isso, o mundo” (Charles Raison).

GB – O que os eletrônicos impactam na rotina das crianças? Há malefícios?

Ivina Farias – A tecnologia faz parte do nosso dia a dia e é difícil deixar as crianças totalmente excluídas disso. Porém, podemos e devemos limitar esse acesso. A Organização Mundial de Saúde (OMS), orienta que crianças com menos de 1 ano de idade não sejam expostas a nenhuma tela (Smartphone, Tablet, Celular, TV). As que estão entre 2 e 5 anos podem usar telas por no máximo 1 hora por dia. As maiores de 5 anos, no máximo duas horas por dia. No entanto, esse período de uso deve ser com interrupções. O uso excessivo de eletrônicos pode provocar uma série de prejuízos à saúde da criança, tanto no que diz respeito a questões psicológicas como: sintomas de ansiedade, depressão, aumento da agressividade, atraso no aprendizado, dificuldade de socialização, concentração e impulsividade; quanto com questões físicas, como: obesidade, problemas oftalmológicos, etc.

GB – A socialização fica comprometida? Eles têm mais dificuldades de fazer amigos?

Ivina – Quanto mais tempo a criança passa se divertindo com eletrônicos, mais ela vai se acostumando a tudo o que o mundo virtual tiver a oferecer. Os estímulos são diversos, o que gera na criança cada vez mais uma vontade de ficar horas acessando. Geralmente nesses momentos ela está isolada, e quando em grupo, cada uma fica em seu dispositivo focada em tudo o que for apresentado. Deste modo, os momentos de diálogo acabam acontecendo de forma menos contínua. Se isso ocorre demasiadamente, a criança pode começar a apresentar dificuldades de socialização e dificuldades para iniciar e/ou manter amizades, pois é normal que ao nos relacionarmos com outras pessoas exista, em algum momento, uma divergência, e nessas situações é importante sabermos lidar de forma respeitosa e sem gerar conflitos. É na interação, no contato com outras crianças e, também com os adultos, que ela vai aprendendo habilidades socioemocionais, que são necessárias para um bom convívio em sociedade.

GB – Você acredita que falta mais atenção dos pais? Eles poderiam amenizar tudo isso?

Na correria do dia a dia, com excessivas atividades e obrigações, muitas vezes alguns pais veem os eletrônicos como um recurso que vai ajudar a deixar a criança mais quieta e entretida por um tempo satisfatório, para que assim eles possam realizar as suas tarefas tranquilamente. Porém, precisamos ensinar e estimular as crianças a desenvolverem a criatividade. Na fase da infância é onde acontece mais ativamente à capacidade de fantasiar, que é o faz de conta que permite que a criança possa exercer a sua capacidade criativa e, com o lúdico, assim, executar o que mais sabe fazer de melhor: que é brincar. É essencial deixar a criança um tempo sem fazer nada, no tédio, pois são nesses momentos em que a imaginação e a criatividade acontecem. E assim ela poderá explorar variadas formas de brincar, como sabiamente diz Guimarães Rosa “Quando o nada está acontecendo, existe um milagre que não estamos vendo”.

GB – Em sua opinião, o que é necessário para que as crianças deixem os eletrônicos de lado e optem por brincadeiras ao ar livre?

GB – Pra você, quais são os benefícios que as crianças adquirem ao brincar com outras em grupo?

GB – Deixe, por favor, um conselho para os pais 🙂

Ivina – A brincadeira permite o desenvolvimento e a estimulação das potencialidades da criança, portanto, é preciso que ela se movimente, e explore o que estiver ao seu redor. Que o uso dos eletrônicos possa ser apenas mais uma opção e não uma prioridade na vida de seus filhos. Faça o possível para aproveitar cada instante da infância deles, porque é uma fase encantadora e que passa muito rápido. Brinquem juntos e utilizem esses momentos para fortalecer ainda mais o vínculo e afeto entre vocês.

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